segunda-feira, 27 de agosto de 2012

INDICAÇÃO DE FILME : 

Amizade Colorida | Crítica/Sinopse


Amizade ColoridaAmizade Colorida
Friends with Benefits
EUA , 2011 - 109 minutos
Comédia / Romance

Direção:
Will Gluck
Roteiro:
Keith Merryman, David A. Newman, Will Gluck, Harley Peyton
Elenco:
Mila Kunis, Justin Timberlake, Patricia Clarkson, Jenna Elfman, Bryan Greenberg, Richard Jenkins, Woody Harrelson, Emma Stone, Andy Samberg





Este filme é um caso raro, que discute , de forma inteligente e madura sobre relacionamentos , onde o roteiro acerta o foco e nos mostra de forma bastante eficiente um "relacionamento moderno", ao mesmo tempo em que questiona as mentiras que a ficção nos conta e como o cinema influencia nossa mente nos fazendo acreditar em mulheres ou homens que não existem.Assim, conhecemos Jamie, aquela que se apega ao cinema e diz não acreditar em relacionamentos como os da ficção, mas que no fundo, ainda espera aquele príncipe, o problema é que Dylan não é bem aquele príncipe, é humano, é fraco, erra e está longe de ser perfeito.


Kunis interpreta Jamie, uma headhunter que convence o diretor de arte Dylan (Justin Timberlake) a trocar seu blog em Los Angeles por uma grande revista em Nova York. A relação de negócios vira amizade, que aos poucos torna-se algo mais. Como Jamie e Dylan já se desgastaram com namoros anteriores, decidem então ficar no sexo casual, sempre que a rotina incessante da capital do mundo permitir.

É imprescindível que um filme como Amizade Colorida se ambiente lá , é uma combinação de repertórios que aproxima garotos e garotas, o afeto se dá no acúmulo de referências, e não há lugar melhor para viver um zeitgeist por dia do que Nova York. É o amor enquanto flashmob.

O diretor Will Gluck, do elogiado A Mentira, entende essa urgência, e acelera os diálogos já ligeiros entre Kunis e Timberlake, cheios de piadas sobre cultura pop e, claro, sobre as comédias românticas em geral. A boa química do casal lembra a guerra verbal de Cary Grant e Rosalind Russell em Jejum de Amor, e forçando um pouco não é difícil ver em Amizade Colorida alguns traços da clássica screwball comedy, especialmente a ideia da relação pessoal condicionada à profissional.

amizade coloridaO que diferencia Amizade Colorida de outros filmes espertinhos que operam na chave metalinguagem/name-dropping é a reviravolta que acontece a partir da metade. Porque sexo sem compromisso e cultura descartável são muito bons, mas não enchem a barriga de ninguém. Se a Nova York do filme é tão perfeita, porque Dylan esperou tanto para sair de Los Angeles?

Sem incorrer em spoilers, digamos que a Big Apple oferece ao personagem não só uma experiência acaçapante, mas principalmente anestésica. A partir da citada reviravolta, a noção de consumo imediato (de sexo, de cultura, de coletividade) que está no centro de Amizade Colorida entra em choque com a questão da valorização da memória.

amizade coloridaE sobre isso o filme tem uma ou duas coisas a dizer. Embora essa questão tenha contornos bem claros (Alzheimer, memória apagada por excessos de juventude) ela recai sobre Jamie e Dylan de forma sutil. Will Gluck - que assina o roteiro com Keith Merryman e David A. Newman - mostra que uma relação pode perfeitamente se construir com gostos e gestos que se encerram em si mesmos, mas é o acúmulo desses gostos e gestos que a faz durar. O consumo descartável não é tão descartável assim, afinal.

Apesar de questionar a forma como os relacionamentos amorosos são mostrados no cinema, "Amizade Colorida" não foge tanto dos clichês e por muitas vezes segue um caminho já seguido, tenta driblar mas acaba que caindo na armadilha de ser clichê, mas afinal, que mal há nisso? Quando bem inseridos, clichês são válidos e neste caso, funcionou muito bem. Um filme divertido, bem engraçado, entretenimento de qualidade e que também sabe emocionar! Recomedo.


trailer :



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